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13 de junho de 2011

COLUNA DO TORCEDOR

A VOLTA DE UM GIGANTE!

Lembro-me bem do dia que o Vasco derrotou o Fluminense e sagrou-se Campeão Carioca de 2003. Quem poderia adivinhar que o time demoraria mais de 8 anos para conquistar outro título? Nem o mais pessimista dos vascaínos, nem os maiores rivais poderiam prever isso... mas aconteceu, e a espera não foi nada agradável.

Nesse período chegamos a algumas decisões e ficamos pelo caminho, fizemos campanhas vergonhosas, fomos sendo “apequenados” e, de fato, nos comportamos como tal em vários momentos. Testemunhamos nossa torcida diminuir e a mídia nos massacrou. Ficamos anos nos arrastando, sem recursos, sem patrocínio, numa administração ditatorial e desonesta. Viramos personas non gratas onde quer que fossemos, nosso clube era arrogante e soberbo. A atual administração herdou uma herança maldita, assumindo num ambiente conturbado, até chegarmos, em 2008, ao fundo do poço, na 2ª divisão do futebol brasileiro. Seria o Vasco um ex-clube grande?

Conseguimos, com muito sufoco, voltar à elite do futebol nacional, sendo Campeões da segundona, seguindo a famosa frase que ainda ecoa onde quer que o Vasco jogue: O sentimento não pode parar. O ano de 2010 chegou, o Vasco conseguiu uma nova exposição na mídia, mas ainda carregava o fardo de eterno vice-campeão e time que não conseguia se impor. Nossa torcida, após tanto sofrimento, tornou-se medrosa, sem confiança. Mesmo assim melhoramos e acreditávamos que o ano de 2011 poderia ser melhor.

E então começa o Campeonato Carioca. Foi o pior início de temporada da história do Vasco. Perdemos quatro partidas seguidas, dentre elas para times de menor expressão do futebol carioca e para nossos maiores rivais. Nosso time ficou fora das semi-finais do Campeonato Carioca. Instalou-se uma crise interna e até cogitava-se o rebaixamento para a segunda divisão do carioca. Jogadores foram afastados do elenco, torcida revoltada, técnico demitido, ano de eleição... será que o destino selaria de vez a história do Vasco?

A diretoria resolveu então agir (graças a Deus!): contratou um novo treinador, Ricardo Gomes, trouxe alguns jogadores de nome que estavam um pouco esquecidos como Diego Souza e Alecsandro. Felipe foi reintegrado, Carlos Alberto emprestado ao futebol gaúcho. A estrutura do clube melhorou, com a reforma do vestiário (o melhor da América Latina), da sala de imprensa e a nova pintura. O Vasco iniciou um trabalho que ninguém acreditava que daria frutos tão cedo. A confiança do grupo voltou e o Trem-Bala da Colina alcançou uma excelente série invicta, passando por cima de vários clubes. Perdemos a Taça Rio para nossos maiores rivais e tivemos que aturar as provocações: Vasco vice... de novo! Mas o destino nos proporcionava algo maior, muito maior.

O foco do trabalho manteve-se intacto e o Vasco voltou sua atenção total à Copa do Brasil. Batemos na trave várias vezes nos últimos anos. A Copa do Brasil 2011 era a obsessão. Alternamos boas e más atuações até o segundo jogo das semi-finais contra o Avaí, em Florianópolis, quando vencemos com autoridade. Na final, Vasco e Coritiba, os dois melhores times da competição, duelariam em dois jogos: o primeiro em São Januário e o segundo no Couto Pereira. A mídia tentava camuflar, mas só não enxergava quem não queria ver: a força da torcida demonstrava a força do Vasco. Os ingressos acabaram em menos de dois dias de venda. Caldeirão lotado e o Vasco vence por 1x0, gol de Alecsandro.      

Chegou então a decisão, o grande dia: 8 de junho de 2011. E que jogo! Poderia ter sido menos dramático se o time adotasse uma postura menos defensiva após marcar o primeiro gol. O Coritiba bem que tentou, até virou o placar, mas o Vasco, com a ajuda do goleiro adversário (ou seria ajuda divina?) empatou e, mesmo sofrendo mais um gol, devido ao regulamento, conseguiu heroicamente o tão sonhado título da Copa do Brasil 2011 e a antecipada vaga na Copa Libertadores da América 2012. O Vasco necessitava muito desta conquista. A emoção de ver os 3.500 torcedores que estavam no Couto Pereira comemorando com o time, visivelmente emocionado, foi sensacional. Acho que não só eu, mas todos os 16 milhões de Vascaínos choraram de alegria.

No dia seguinte a torcida mostrou pra todo mundo o quanto é grande e apaixonada. A festa que foi feita para receber os heróis do título reuniu mais de 5 mil vascaínos que acompanharam a carreata até São Januário, onde mais e mais torcedores aguardavam para ver a taça. Os jogadores foram “abraçados” pela sua imensa torcida bem feliz. A Copa do Brasil pôde ser tocada por muitos torcedores no estádio. Sinceramente, nos meus 30 anos, nunca vi uma torcida fazer o que fez a nossa! Foi lindo e emocionante...

Vascaíno, hoje estamos de alma lavada. Vista a camisa, pendure sua bandeira na janela ou no seu carro, mostre o orgulho que temos em torcer para este clube que nunca abandonamos. Nossa auto-estima voltou, somos respeitados, temos uma perspectiva de futuro. Nosso Reizinho está de volta, e com ele novos patrocínios e parceiros. O time é o melhor dos últimos dez anos, e ainda vai melhorar. Hoje o Vasco é o Vasco de outrora, temido, vencedor e, acima de tudo, um Gigante! Nossa torcida é a mais bonita e fiel do Brasil. Não nos enganemos com as pesquisas encomendadas que nos colocam atrás de outros times do Brasil. Como disse o nosso presidente e eterno ídolo Roberto Dinamite: O Vasco não vai parar por aqui, outras conquistas virão.

Para a torcida é hora de comemorar muito, para a diretoria é hora de se planejar para os desafios à frente.
Enfim, a espera acabou. O estigma de vice-campeão acabou. Os dias de medo e derrota acabaram. Uma nova era começou, marcada por este 8 de junho de 2011, dia do renascimento de um Gigante: o CLUBE DE REGATAS VASCO DA GAMA. Nossos adversários que nos aguardem...

Escrito por Diogo Marques de Almeida

www.blogdelta19.blogspot.com.

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