Vasco e Palmeiras se enfrentaram na finalíssima da Copa Mercosul de 2000 há exatos 11 anos. As duas equipes já haviam feito duas partidas com uma vitória para cada um, forçando uma terceira decisiva que ocorreria no Palestra Itália, campo adversário. Ao final do primeiro tempo, o título parecia impossível, pois perdia por 3 a 0. Mas para o Vasco essa palavra não existe no seu vocabulário e ele, mais uma vez, mostrou, com a superação de seus heróis, porque é o time da virada ao fazer 4 a 3 e levar o caneco para a Colina Histórica.
O jogo
A partida começou aberto com os dois times criando boas chances de abrir o placar. O Gigante da Colina, com um elenco mais forte, chegava com mais qualidade, mas os palmeirenses, empurrados pela sua torcida, tinham mais volume, levando perigo principalmente, nas bolas paradas do seu lateral Arce.
E foi com ela que os paulistas abriram o placar aos 35 minutos. O paraguaio cobrou escanteio e Júnior Baiano o cortou com a mão. Pênalti e cartão amarelo para o zagueiro. Arce bateu forte no meio do gol, enquanto Helton pulou para a esquerda.
Inexplicavelmente, deu um “branco” no Cruz-Maltino e na saída de bola o Palmeira a roupa, parte rápido para o ataque e amplia com Magrão. Os torcedores, que ainda comemoravam o primeiro tento, vão ao delírio. Os jogadores vascaíno demonstram muita raça, brigando pela bola. Mas, aos 45 minutos, o Palmeiras faz o terceiro gol com Tuta em um chute preciso, sem chances para Helton.
Terminava a primeira etapa com uma vantagem de três gols para os donos da casa. A torcida cantava eufórica que já era campeã, pois considerava impossível o Vasco reverter o placar de três gols de diferença e fora de casa. Porém, o Gigante da Colina adora tornar o impossível em possível e mostraria no segundo tempo não ser atoa que é chamado de o time da virada pelos seus torcedores.
Joel Santana fez uma alteração para a segunda etapa, colocou o atacante Viola no lugar do volante Nasa, dando mais ofensividade ao Cruz-Maltino. O Vasco começou pressionando o Palmeiras, lutando pela bola como se fosse um prato de comida. O placar naquele momento parecia não importar. Os jogadores queriam honrar sua torcida e o manto vascaíno.
Aos 13 minutos começou a reação mais espetacular da história do futebol. Juninho Paulista invade a área adversária em velocidade e é derrubado. O juiz marca pênalti que o Baixinho, com sua frieza característica, converte chutando do lado esquerdo da meta. O Vasco era todo ataque naquele momento, enquanto o Palmeiras buscava ampliar em um contragolpe.
Juninho Paulista, de novo, faz grande jogada individual, tenta o passe para Viola , a zaga corta, mas a bola sobra com o próprio meia, que entra na área e sofre novo pênalti e o eterno camisa 11 o cobrou exatamente como o primeiro dez minutos antes. A partida começa a tomar ares dramáticos em São Paulo.
O Palmeira chegava com perigo nas bolas paradas de Arce, assim como no primeiro tempo, e nos contra-ataques velozes. Em uma boa escapada palmeirense, Júnior Baiano dá um carrinho e acerta Flávio, no meio de campo. O zagueiro recebe o segundo cartão amarelo e é expulso pelo árbitro aos 33 minutos. A missão vascaína parecia ficar ainda mais difícil de ser executada.
A expulsão, entretanto, ao invés de abater os jogadores, serviu como combustível para eles. O Vasco fez uma troca de passes envolventes até chegar no filho do vento Euller. O camisa sete cruza na área e Romário tenta o chute de primeira, mas o Baixinho erra e a bola bate no seu pé de apoio indo em direção a Juninho Paulista, livre, de frente com o goleiro Sérgio, empatar o jogo.
O Parque Antártica só não ficou em silêncio porque os cruzmaltino cantavam, com orgulho, que o Vasco era o time da virada. Em uma disputa de bola, na frente dela, Juninho Pernambucano ganha a sua posse do palmeirense, vira de frente para a torcida e bate forte no peito, mostrando o sentimento de raça com o coração na ponta da chuteira, não só dele, mas de todo o time.
Então, no último lance do jogo, acontece a virada. Viola recebe na ponta esquerda, invade a área em velocidade e toca para Juninho Paulista, na entrada dela, chutar em cima da marcação. A bola vai parar nos pés de quem? Do predestinado Romário, cria de São Januário que retornou naquele ano ao clube, fazer o seu terceiro gol, o do título, o da virada do século.
Fonte: Site oficial do Vasco
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