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7 de abril de 2011

Chaparro ainda em adaptação ao futebol brasileiro e ao Vasco.




Considerado uma das grandes revelações do futebol argentino, Leandro Chaparro, de 20 anos, chegou ao Vasco em fevereiro deste ano cercado de expectativas. O presidente da Traffic, Julio Mariz, havia dado entrevista antes do acerto citando o jogador do San Lorenzo como um das principais apostas da empresa de marketing esportivo. Chaparro, no entanto, até agora não conseguiu sequer ser relacionado para algum jogo da equipe. 

Sempre que questionado sobre o argentino, Ricardo Gomes disse que ele ainda precisa de tempo para se adaptar. O técnico, porém, já nota avanços, mas ainda considera que é preciso um pouco mais de paciência com o meia.

- Eu já havia avisado que ele estava bastante atrás dos outros. Mas agora já começou a treinar bem. Vai ter de esperar um pouco ainda, mas está sendo observado - declarou Gomes.

No momento, Chaparro está em tratamento por causa de um problema na coxa, mas não chega a ser motivo de preocupação para os médicos cruz-maltinos. A Traffic também parece não estar incomodada com a situação do meia, que tem contrato com o clube carioca até fevereiro de 2013. O diretor executivo da empresa, Fernando Gonçalves, disse que confia no potencial do argentino e considera este processo de adaptação natural. Ele elogiou a forma como o Vasco vem conduzindo o jogador.

- Ele frequentou todas as seleções de base da Argentina. É talentoso, veloz... Apostamos muito nele e fizemos o investimento por isso. Estamos cuidando com o maior cuidado possível e contamos com apoio do Vasco nisso. O clube também tem tido todo zelo e paciência com ele. Está em um processo de adaptação natural. A cultura tática é muito diferente. Na Argentina ele jogava de uma maneira e aqui está reaprendendo. Não temos pressa alguma nesse processo. O importante é que o Vasco está dando toda a cobertura necessária, inclusive na adaptação à cidade. 

Uma das características de Chaparro é ser discreto e caladão, assim como o compatriota Conca. Gonçalves acredita que o meia do Fluminense teve mais facilidade de adaptação porque chegou mais experiente ao Brasil e já havia jogado fora da Argentina.

- O Chaparro é introspectivo como o Conca. Mas a diferença é que o Conca chegou mais velho e mais rodado ao Brasil. Ele veio do Chile e já tinha vivido outras culturas. O processo de adaptação é natural.

Uma das dificuldades principais de Leandro Chaparro é a comunicação. Com um espanhol enrolado para o entendimento da maioria dos brasileiros, ele tem alguns problemas para se fazer entender. A compreensão do português também é difícil. Na Colina ele ganhou o apelido de “Chapa” e “Hombre” (“Homem” em espanhol). Este segundo, por sinal, vira a alcunha de todos os sul-americanos que chegam ao clube.

- A comunicação é na base da enrolação. A gente finge que entende e ele finge que nos entende também (risos). Agora, todo mundo se entende - disse o atacante Leandro.

Leandro, que chegou ao Vasco quase ao mesmo tempo que Chaparro, é um dos que mais auxilia o argentino. O atacante contou que já levou o companheiro para conhecer a praia e depois comer uma feijoada tipicamente brasileira.

- Logo que ele chegou, ficou no hotel que o clube disponibiliza para os jogadores. Eu ainda estava lá também. Como ele não conhecia a cidade e quase não conhecia ninguém, resolvi levá-lo para conhecer a praia da Barra num dia de folga e também para comer uma feijoada. Ele gostou. É um menino tranquilo, calmo e que conversa com o pessoal. Ele está totalmente adaptado ao grupo.

Outro que ajuda o meia e já até o deu caronas é Fellipe Bastos. O volante disse que, além da feijoada, o argentino já ficou fã de outra coisa bem brasileira: o samba.

- Sempre conversamos. Falo um pouco de espanhol porque joguei com Di Maria e Maxi Pereira. Teve um dia que ele chegou cantando pagode. A música "Coração", da "Turma do Pagode". Aí ele disse que gosta de samba. Mostrei algumas coisas de samba que tenho para ele - contou Bastos.

Leandro disse que uma das perguntas que Chaparro fez a ele quando chegou na Colina foi sobre a torcida cruz-maltina. Na resposta, o argentino ouviu que a pressão no Caldeirão é muito grande.

- Uma dúvida que ele tinha no início era em relação à torcida do Vasco. Ele queria saber se era como a argentina. Eu expliquei a ele que a cobrança era grande e que, em algumas situações, a proporção poderia ser bem maior aqui do que lá.

Nascido em La Tablada, Leandro Chaparro foi revelado pelo San Lorenzo. Mas participou de apenas uma partida como profissional, no dia 26 de setembro de 2009, quando o clube venceu o Tigre por 3 a 2. O meia foi convocado para a seleção argentina sub-20 e era presença confirmada no último Campeonato Sul-Americano, porém uma lesão o impediu de participar da competição.

Fonte: GloboEsporte.com

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